Educação

Especialista em gênero e raça explica sobre ‘onda de ostentação’ nas redes sociais e sua relação com um Brasil desigual

O assunto veio à tona após a influenciadora Virgínia Fonseca exibir uma bolsa comprada no valor de R$500 mil

Por Redação em às | Foto: Divulgação


A presença do racismo e seus reflexos no cotidiano é o ponto que precisa de cuidado e análise na sociedade, para que haja mudanças. É o que afirma a consultora de Diversidade e letramento racial, Tainara Ferreira, em conversa com o apresentador José Eduardo, o Bocão.

 

Em uma entrevista concedida ao comunicador no programa Jornal da Bahia no Ar, na Rádio Metrópole de Salvador, na última sexta-feira (25), a especialista trouxe em pauta assuntos que demonstram a discrepância social entre brancos e negros no Brasil, focando no caso da influenciadora digital Vírigina Fonseca ao comprar uma bolsa de meio milhão de reais.

 

“Que universo paralelo é esse que ela vive? É necessário ter consciência, educação racial e de classe, pois a maioria das pessoas do nosso país não habitam e não tem possibilidade para isso. Ao questionar isso em uma página de internet, recebi uma chuva de críticas, comparando com pessoas negras que conseguiram vencer. Não, não é igual”, reforçou.

 

Ela explicou que, nos casos dos cantores Léo Santana e Ludmilla, a visão é totalmente outra, pois ambos vieram da pobreza e conseguiram a consagração da carreira pelo trabalho. “Virgínia sempre foi da classe média, já os dois não. São pretos, se criaram na favela e mostram que, sim, nós podemos vencer, mesmo com tantas barreiras impostas”, complementou ao ser apoiada pelo boxeador Acelino ‘Popó’ Freitas, que disse ser bombardeado de críticas por mostrar o fruto do trabalho dele.

 

Vale destacar que recentemente o sogro da blogueira, o cantor sertanejo Leonardo, foi acusado de manter trabalhadores em situação análoga à escravidão e está sendo investigado, no entanto, não teve repercussão. “Os negros já são condenados pela opinião popular, somente por boatos. Somos condenados mesmo se a justiça confirmar a nossa inocência. Não há como comparar os dois lados, há uma diferença gritante”, destacou Tainara Ferreira.

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