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Representando o Brasil, Tainara Ferreira desfila na Africa Fashion Week em Londres

Com roupas feitas pela grife Mumini, a soteropolitana homenageou a Serra Leoa, país da África Ocidental onde a marca nasceu.

Por Redação em às | Foto: Divulgação

Foi com as cores e a bandeira de Serra Leoa que a consultora de Diversidade e letramento racial, Tainara Ferreira, desfilou na passarela da Africa Fashion Week (AFW), que ocorreu em Londres, capital da Inglaterra.

 

Convidada para ser a embaixadora do Brasil no evento, considerado o maior da moda africana na Europa, a especialista baiana também foi escolhida para representar a grife Mumini, oriunda do país da Africa Ocidental. Nas vestimentas, os tecidos e estampas que remetem à força de Serra Leoa, com visual moderno, mas sem deixar de lado a tradição cultural existente.

 

Abordando o empoderamento, a representatividade e a luta contra o colonialismo europeu que deixou graves sequelas no continente, a 14ª edição da AFW aconteceu entre os dias 11 e 12 de outubro, no Centro de Conferências e Eventos de Kensington, no coração londrino. Para Tainara, a participação é um dos momentos mais importantes em sua carreira, ao ver a moda africana no centro das atenções em uma cidade que foi responsável pela usurpação e genocídio contra o povo negro há séculos.

 

"O mercado da moda sempre se moldou em um conceito eurocentrista, imposto inclusive nas áreas invadidas e escravizadas, como a África e América. Ver e estar em um evento como este, onde o estilo e cultura afrocentrados é o foco me orgulha e me traz esperança na mudança. Ser a embaixadora do Brasil na AFW também ressalta o elo que temos em meio a essa luta", disse ela, emocionada.

 

A Mumini Fashion, marca que Tainara representou no desfile, é uma grife serra-leonesa criada no ano de 1961, em meio ao movimento de independência nacional – que era colonizada pelo Reino Unido desde o século XIX – e de exaltação da cultura decolonial. No ano passado, ganhou o prêmio de Melhor Marca Masculina da África, em uma celebração ocorrida na Nigéria, e promete ampliar o mercado de atuação com foco na população negra em outros continentes, a exemplo da América do Sul – especialmente o Brasil, maior nação que abriga a comunidade.

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