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Médicos que atuam em Madre de Deus sofrem com constantes calotes da Prefeitura

Por Redação em às | Foto: Divulgação

”A cidade é chamada pelos médicos de ‘Calotelândia’ ”, relata uma das profissionais cujo salário encontra-se constantemente em atraso

 

Médicos que atuam em unidades de saúde vinculadas à Prefeitura de Madre de Deus já estariam acostumados a uma triste realidade: conviver com os constantes calotes da administração municipal. A falta de pagamento pelos serviços prestados pelos profissionais que atuam na cidade da Região Metropolitana é supostamente ocasionada pela falta de repasse de recursos da gestão local para as Organizações Sociais sem fins lucrativos que realizam a administração compartilhada das unidades SUS na localidade.

A médica Narcisa Catarina Oliveira afirma ter sido uma das prejudicadas. A profissional diz que começou a atuar em julho de 2020 no Hospital Municipal Eduardo Ribeiro Baiana e até hoje aguarda o pagamento de quase R$ 32 mil a serem pagos pelo Executivo de Madre de Deus. “Trabalhei no Hospital Municipal Eduardo Ribeiro Baiana. Não tive nenhum retorno da Prefeitura [de Madre de Deus]. Têm médicos com mais de R$ 100 mil de prejuízo. A cidade é chamada pelos profissionais da área de ‘Calotelândia’ ”, disparou a médica.

Em denúncia, o ortopedista Antônio Brito também afirmou ter sido lesado de forma semelhante. Ele confirma que trabalhou no Municipal Eduardo Ribeiro Baiana e aguarda o recebimento de mais de R$ 70 mil. “É uma situação que recorrente, de conhecimento dos órgãos de controle, mas que continua acontecendo em Madre de Deus. Trabalhamos por vocação, em prol de salvar vidas, e estamos sendo vítimas de má fé de pessoas que não têm compromisso com a gestão pública. Espero que alguém intervenha para que esse descaso finalmente seja cessado”, desabafou Antônio Brito.

De acordo com informações divulgadas em um grupo de Whatsapp criada pelos médicos que atuam na localidade, pelo menos quatro Organizações Sociais que foram contratadas pela Prefeitura de Madre de Deus ficaram sem receber os repasses integrais pelos serviços prestados. O fato impossibilita que as entidades sem fins lucrativos consigam efetuar os pagamentos dos médicos contratados. Os episódios recorrentes tornam cada vez mais difícil encontrar médicos disponíveis para atuar na cidade baiana.

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